A principal vantagem do método biográfico reside principalmente no facto de ter em conta a dimensão subjetiva do acontecimento ou fenómeno examinado. Essa dimensão subjetiva é apresentada diretamente pelo sujeito, garantindo assim que os dados sejam honestos. No entanto, muitos autores acreditam que uma ênfase excessiva na dimensão subjetiva de um fenômeno ou evento representa um risco para a objetividade e credibilidade dos resultados de pesquisa obtidos. Este problema do método biográfico resolve-se aplicando o princípio da complementaridade. O princípio implica a utilização de diferentes fontes de dados que se complementam. No caso do método biográfico, trata-se de dados institucionais, que são considerados os dados objetivos que os documentos pessoais perdem.
Outra vantagem do método biográfico é a dimensão temporal que ele traz para o processo de pesquisa. As fontes de informação foram, na sua maioria, criadas imediatamente após a ocorrência do evento em análise.
Ao contrário de outros métodos, o método dos documentos biográficos é o único direcionado para o papel de um indivíduo nos processos sociais. Além disso, explica como os acontecimentos influenciam o desenvolvimento da personalidade do entrevistado e como este reage tanto aos seus próprios problemas como aos problemas do meio social (Pečujlić & Milić, 1995, p. 140).
Finalmente, uma das vantagens deste modelo diz respeito às próprias fontes de materiais experienciais, que são muito mais fáceis de controlar do que outras fontes, que requerem a presença do investigador no processo de recolha de dados.
No entanto, pode-se dizer que os dados biográficos têm mais desvantagens do que vantagens, principalmente devido à sua subjetividade. O primeiro problema ou desvantagem é a inacessibilidade dos dados. Uma pequena quantidade de documentos pessoais é facilmente acessível aos investigadores, obrigando-os a anunciar os convites à apresentação de biografias, o que conduz a outro problema – o problema da autenticidade. O mesmo problema aparece com as fontes concebidas para o propósito da pesquisa, ou seja, fontes ordenadas, coletadas oralmente (biografias narrativas). O problema com este tipo de fontes é, na verdade, o grau em que o pesquisador influenciou o desenvolvimento da fonte. A solução para tal problema pode ser encontrada numa definição tão precisa quanto possível do tópico e dos objetivos da investigação e, em seguida, na definição do quadro experiencial mais amplo possível da própria investigação. O processo de criação de documentos é muito lento e duradouro e, além do tempo, requer enormes recursos financeiros (Pečujlić & Milić, 1995, p. 140). Outro problema que pode ser encontrado ao usar o método de documentos pessoais é a seleção de participantes/entrevistados. Finalmente, há o problema da representatividade dos resultados, que pode ser encontrado quando se utiliza o método dos documentos pessoais, e que diz respeito tanto à amostragem, como à análise e apresentação dos resultados da investigação.