A teoria fundamentada nos dados é um desenho de pesquisa qualitativa em que o pesquisador gera uma explicação geral ou uma teoria de um processo, ação ou interação com base nas visões de um grande número de participantes, ou seja, a teoria é fundamentada em dados do campo, não fora da prateleira (Creswell, 2007, p. 62). Apesar da diversidade dos dados coletados, a abordagem da teoria fundamentada pressupõe que é possível descobrir padrões fundamentais, ou processos sociais básicos, na vida social.
O procedimento da teoria fundamentada nos dados inclui o seguinte:
Tanto a abordagem indutiva quanto a dedutiva para o desenvolvimento da teoria são usadas no projeto da teoria fundamentada porque os conceitos são fundamentados em dados, e as hipóteses são testadas à medida que surgem da pesquisa (Field & Morse, 1985, p. 23), mas a geração de teoria é mais importante do que o teste teórico. Utiliza-se a amostragem propositada, ou seja, o pesquisador procura determinados sujeitos que serão capazes de lançar uma nova luz sobre o fenômeno que está sendo estudado. Procura-se nos participantes a diversidade e não a semelhança. A coleta de dados ocorre em ambientes naturais e envolve principalmente observação participante e entrevistas. A recolha e análise de dados ocorrem em simultâneo, e novos dados são constantemente comparados com os dados já recolhidos através de um processo chamado comparação constante.
A saturação teórica é um conceito crítico na teoria fundamentada. Refere-se ao ponto em que não é possível encontrar novos conhecimentos ou conceitos nos dados, indicando que as categorias estão bem desenvolvidas e que é desnecessária uma recolha de dados adicional.
Um estudo de teoria fundamentada é desafiador na medida em que exige que o pesquisador deixe de lado o máximo possível de ideias ou noções teóricas para que uma teoria analítica e substantiva possa emergir. É difícil determinar quando a saturação das categorias é atingida ou quando a teoria é suficientemente detalhada. Uma maneira de garantir isso é a amostragem discriminante, ou seja, coletar informações adicionais de indivíduos semelhantes às pessoas inicialmente entrevistadas para determinar se a teoria é verdadeira para esses participantes adicionais é uma maneira de garantir isso.