EN | PT | TR | RO | BG | SR
;
Marcar como lida
Marcar como não lida


NEXT TOPIC

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO




Paradigmas de Investigação


Os paradigmas de pesquisa são as perspetivas teóricas que moldam a forma como a pesquisa é formulada e implementada (Mackenzie & Knipe, 2006). Um paradigma representa uma visão de mundo e vários pressupostos filosóficos associados a esse ponto de vista. Cada paradigma compreende quatro elementos:

Epistemologia – (do grego 'epistēmē' que significa 'conhecimento') – descreve como conhecemos algo (a verdade, a realidade), como sabemos o que sabemos, ou seja, centra-se na natureza do conhecimento e compreensão humana e, portanto, influencia a maneira de descobrir o conhecimento no contexto social que investigamos. Segundo Slavin (1984), existem quatro fontes de conhecimento ou bases epistemológicas de pesquisa. São os seguintes:

  • conhecimento intuitivo: crenças, fé e intuição;
  • conhecimento fidedigno: dados recolhidos junto de líderes em organizações, a partir de livros;
  • conhecimento lógico: a razão é enfatizada como o caminho mais seguro para conhecer a verdade;
  • Conhecimento empírico: o conhecimento é melhor derivado de experiências sensoriais e fatos objetivos.

Ontologia – (do composto grego que compreende «ὄντος’,significado «ser» ou «aquilo que é», e «-λογία’, significando 'discurso lógico') – pressupostos filosóficos sobre a natureza da realidade ou essência do fenômeno social pesquisado, cruciais para compreender como o pesquisador dá sentido aos dados coletados (Escócia, 2012).

Metodologia – (do grego 'μέθοδος', que significa 'busca do conhecimento', e 'λόγος' que significa 'ciência') – desenhos de pesquisa, métodos, abordagens e procedimentos usados na pesquisa que é bem planejada para descobrir algo (Keeves, 1997). Inclui coleta de dados, participantes, instrumentos utilizados, bem como análises de dados, e se concentra em como o pesquisador conhece o mundo ou obtém conhecimento sobre parte dele (Moreno, 1947).

Axiologia – (do grego "axios", que significa "digno", e "logos", que significa "ciência") – ou a Teoria do Valor: questões éticas, ou seja, definir, avaliar e compreender os conceitos de comportamento certo e errado relacionados com a investigação.

Nas ciências sociais, diferentes paradigmas podem ser adotados, como o positivismo, o interpretivismo/construtivismo, o subjetivismo, o pragmatismo, o realismo crítico.

. Positivismo

O positivismo baseia-se na crença de que existe apenas uma única realidade, que pode ser explorada cientificamente usando metodologia dedutiva e, geralmente, métodos de pesquisa quantitativos, como experimentos ou pesquisas. Por conseguinte, centra-se na identificação ou teste de relações causais de uma forma objetiva.

. Interpretivismo/Construtivismo

O Interpretivismo/Construtivismo baseia-se na crença de que não existe uma realidade única, e a realidade é socialmente construída e reconstruída e, portanto, não pode ser objetivamente observada de fora. A única maneira de compreendê-lo melhor é experimentando-o, por isso deve ser observado através da experiência direta das pessoas e, portanto, o conhecimento é subjetivo. Seu objetivo é explorar, não apenas explicar os significados subjacentes da realidade (Crotty, 1998). Assim, utiliza métodos indutivos e geralmente qualitativos, como entrevistas, e observação, visando gerar teoria.

. Realismo

O realismo baseia-se na crença de que a realidade é independente da mente humana (Saunders et. al., 2012). O realismo direto percebe o mundo através dos sentidos pessoais e humanos, enquanto o realismo crítico argumenta que os sentidos podem ser enganosos e visa descobrir, compreender e explicar os mecanismos subjacentes a um fenômeno a partir de múltiplas perspetivas. Utiliza uma abordagem qualitativa e quantitativa e, portanto, uma combinação de métodos qualitativos e quantitativos (Sayer, 2000).

. Pragmatismo

O pragmatismo centra-se na crença de que existem muitas formas diferentes de interpretar o mundo, que o conhecimento nunca pode ser verdadeiramente representativo da realidade e que a combinação de diferentes abordagens metodológicas proporciona uma melhor compreensão dos fenómenos que estão a ser investigados. Baseia-se no «que funciona melhor» na procura de respostas às questões sob investigação e, por conseguinte, utiliza todas as abordagens disponíveis para compreender o problema (Morgan, 2007). Sua ênfase está na experiência e, em vez de se concentrar em encontrar a verdade, concentra-se no que é útil acreditar (Dewey, 1941). Baseia-se na ação e defende os direitos humanos e a liberdade individual. Ela percebe a verdade como em constante mudança de acordo com as necessidades práticas do presente (Creswell, 2009).